domingo, 13 de janeiro de 2013




You're gone, gone, gone away,
I watched you disappear.
All that's left is a ghost of you.
Now we're torn, torn, torn apart,
there's nothing we can do,
Just let me go, we'll meet again soon.
 

 Now wait, wait, wait for me, please hang around
I'll see you when I fall asleep.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

I know you never meant to but you did.

Costumava vê-la assim de longe, como se fosse apenas uma miragem. 

Na maioria das vezes ela nem se apercebia que a estava a observar e lá continuava no seu dia-a-dia mais que atarefado, sem ter nada que justificar a ninguém, e ainda menos que explicar a quem quer que fosse, sobre o que eu via que ela ia fazendo, aqui e ali, com este ou com aquela. 

Assim de longe e se eu fosse uma pessoa romântica, diria que quase parecia uma flor em plena Primavera, quando o pior do Inverno já passou. Com uma cor bonita, umas pétalas que transpiravam saúde, sempre virada de encontro ao sol, com suspiros profundos e a viver todos os segundos que lhe eram oferecidos, como se a recuperar o tempo perdido. Sim, sobretudo, vivia. Ou ia vivendo, agora já não sei muito bem.

Nunca me aproximei, não queria assustá-la, mas muito de vez em quando, ia mais perto para tentar perceber como tudo se processava. Há que tempos que descobri que as aparências tendem a enganar muito, portanto agora já tento arriscar menos nisto de dizer seja o que for sobre qualquer assunto, sem ter a certeza de nada.

Mas das últimas vezes que me aproximei, algo tinha mudado. A cor parecia ainda mais viva, os suspiros cada vez mais frequentes e longos, o tempo em repouso cada vez mais escasso. E pensei que não seria possível que tanta energia boa e positiva pudesse emanar de uma só pessoa. Esperei e depois tentei perceber. E não me tinha enganado. Acho que se enganou ela por mim. E quanto mais me aproximava, melhor entendia que a cor não era que fosse bonita, era apenas diferente da cor de antes e da cor dos demais. As pétalas não transpiravam saúde, mas sim lágrimas por tudo o que queria ter e não podia. E também suor. Suor pelo calor que sentia por estar sempre virada para o sol, tentando encontrar uma justificação plausível para o sufoco que trazia no peito. Os suspiros eram mais longos, mas apenas porque o ar parecia faltar-lhe cada vez mais. E não vivia, não, arrastava-se pelos dias, ocupando o tempo aqui e ali, com esta ou com aquele, sorrindo sempre, como se o mundo fosse o seu circo e ela a palhaça, dando o seu melhor para que ninguém pudesse perceber que naquele momento, de tanto caminhar descalça, já tinha os pés em ferida.

Não soube que fazer e hesitei. Deveria chamá-la? Dar-lhe a mão? Perguntar-lhe que podia fazer por ela? Oferecer a minha ajuda? Abraçá-la? Não sei. Como se abraça uma pessoa que está tão longe de nós? Como se abraça quem acha que já não tem nada a perder? Como se abraça quem acha que não merece nem o ar que respira? Como se ama uma pessoa que já há muito que deixou de acreditar em si própria?

Esperei mais um bocadinho, assim de longe, a observá-la. Acabei por virar as costas e ir à minha vida. Afinal, se todos já o tinham feito, por que não podia eu fazê-lo também? Pensei por momentos que ia deixá-la magoada. Mas encolhi os ombros. De certeza que, afinal, ela ia acabar por entender.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Cada cavadela, sua minhoca.

Juro, juro mesmo, que ando a viver a minha vida o mais normalita possível. Ocupada, confere, mas sempre normalita. Ocupo o meu tempo ao segundo, também é um facto. Às vezes tanto, que nem fico com tempo para descansar (leia-se dormir) e chego à cama cansada e levanto-me ainda mais cansada. Até porque, toda a gente sabe, que estou a tirar um Mestrado em como ter os sonhos mais ridículos deste mundo e tenho tido muito boas notas no último ano, portanto dormir (leia-se descansar) está quieto e já foi chão que deu uvas. 
Portanto, depois quero o quê, ter energia para blogs? Para escrever emails às pessoas? Para ser fofinha e preocupar-me com as desgraças do mundo? Para estar sempre a sorrir feita parva? Eh. 

Perdi o manual de instruções há muito e, segundo consta, muito normal também nunca fui, portanto não vamos enganar ninguém. Vamos aproveitar o sol, o calor (Deus nos livre, ufa!), o Verão e vamos fingir que está tudo bem e que a vida continua. E há sempre concertos e festivais (eu e o H. vamos entrar para o Guiness este ano, tenho dito), jantares (com ou sem direito a dieta), passeios (ou inúmeros quilómetros caminados, para evitar estar fechada dentro de um ginásio), cafés (mesmo que nunca tenha bebido nem um), cinema (muuuuuito cinema), praia (agora que já se pode), festas (aqui e ali, seja com quem for), álcool (branco ou tinto, que seja cheio), gente (de todo tamanho e feitio) e muita, mas muita parvoíce. 

Continua a parecer-me que ando a viver uma vida que não é a minha, mas anseio pelo dia em que uma coisa e outra se vão encontrar, cumprimentar e decidir viver para sempre juntas. E não, não me estou a queixar. Estava só a dizer.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Começando pelo mau feitio (Tinham saudades, hã? Confessem lá...).

No outro dia, já nem sei dizer porquê, veio à conversa a utilização do "tú" e do "usted" em castelhano (vulgo espanhol) e a razão por que nós, os rafeiros (ou guiris) cá do sítio, insistimos nesta marcada diferença quando falamos com quem quer que seja. Quer dizer, eu em castelhano há muito que faço como se faz aqui, demorei muito pouco tempo a aceitar a moda do "Em Roma, sê Romano", mas não posso negar que às vezes ainda me faz um bocadinho de espécie tratar toda a gente por "tu". 
Porque quando eu digo toda a gente, é mesmo TODA a gente. Desde o padeiro, à sogra, ao médico, ao chefe no trabalho, ao miúdo no parque, à empregada de mesa, ao professor da universidade, ao condutor do autocarro. É muito complicado. 

A discussão partia da premissa que tratar as pessoas de forma tão informal pode ajudar à falta de respeito, opinião defendida pela união anglo-lusa. Dizia-se do outro lado da mesa (união pseudo-catalã e andaluza) que, para a maioria dos espanhóis, isto não acontece, que já estão habituados, e que só se trata por "usted" alguns avós, os eruditos, ou aquelas pessoas a quem ainda parece bem este tipo de coisa. Mas são muito poucas, ou é essa ideia que tenho, depois de alguns anos aqui e de tantas vezes me terem ralhado para que "tutee a la gente", visto que a maioria se ofende por achar que lhe estamos a chamar "velhos". Também se disse na mesa que uma coisa não afectava a outra; só não sei até que ponto é que isso é realmente assim, sendo que o nível de formalidade que tenho encontrado até agora tem sido sempre bastante baixo, o que às vezes tem piada, mas que normalmente não me faz rir nem um bocadinho.

A maioria da malta jovem (ou mesmo adulta) acha que é uma forma retrograda de tratar as pessoas, que não faz sentido, defendendo mesmo alguns que devia deixar de existir a forma de "usted". Até aqui, tudo bem, quero dizer, não me parece bem tirar riqueza a uma língua, mas pronto, a língua é deles, façam o que eles quiserem. O problema (e agora vem o mau feitio) foi quando esta realidade se transportou até Portugal (e Inglaterra, que também estava na discussão e que, for the record, apesar de não ter marcada a diferença na pessoa (you x2), toda a estrutura pode ser marcada como formal ou informal, consoante a situação) e se começou a dizer que nós (sim, Portugalinho e Bifolândia inteiros) éramos retrogrados e antiquados por ainda usar estas coisas. Pior, que em muitos casos (desde um ponto de vista hierárquico) isso era sinal de prepotência e arrogância. Já sem falar que se sugeriu que os "exagerados" pedidos de "com licença", "desculpe" e "por favor" faziam as pessoas menos humanas e mais falsas, porque na sua maioria não sentiam o que estavam a dizer. Oi?

E pergunto, então e se for só um tema cultural

Eu não gosto que uma pessoa que não conheço de lado nenhum me trate por "tu". Não gosto. E também não gosto de entrar numa loja qualquer e tratar por "tu" à empregada da loja só porque tem a minha idade ou é mais nova. Não gosto. Da mesma forma que gosto muito de ao início (ou sempre, se falamos de chefes) tratar as pessoas no campo profissional por "você" (que não se diz a palavra, já sei, estou só a explicar) e toda e qualquer outra pessoa, já seja num cargo superior ou inferior ao meu. Tem a ver com uma distância, tem a ver com confiança (ou falta dela) e sim, tem a ver com respeito. Embora também haja excepções, claro. Tenho pessoas que considero minhas amigas e que continuo a tratar por "você". Da mesma forma que tenho amigas minhas que vão sempre tratar a minha mãe por "você", ou mesmo Dona D., mesmo que já se conheçam há anos e que digam as maiores das parvoíces uma à outra. E porquê? Porque sim, porque houve um momento em que isso ficou estabelecido no Livro das Regras das Amonas e eu gosto que assim seja. É mau? Duvido que seja, é mesmo só como se processa a coisa.

E nada disto tem qualquer problema (ou devia ter), porque a realidade num país é uma e no outro é outra. Quase como a anedota do Bobi. Portanto, aqui em Espanha trato praticamente toda a gente por "tú", seja em castelhano ou em catalão. São as regras de cá. O mais natural é que quando alguém daqui vá a Portugal faça uso das regras que lá existem, isto se vamos ter em atenção que aquilo não é a República das Bananas e que cada um pode fazer o que bem lhe apetecer com a língua de Camões (que podia ser assim, visto que o AO a vai assassinar anyways, mas isso vai ser outro post ainda mais longo). 

Chamem-me tradicional, retrograda, o que vos apetecer. 
Há coisas que acho que nunca deviam mudar. Esta é uma delas.

Olá (cá estamos nós outra vez)!

Portanto, isto não custa nada, quem escreve um, escreve dois.

Bom, ou então não é tão simples como parece. Mas também não acho que seja assim tão difícil, até porque, como bem diz o Jorge: "o passado foi à história" e é tempo de dar mais atenção ao presente e ter um bocado mais de esperança no futuro. E pode ser que tenha de repeti-lo umas quantas vezes, mas bear with me, isto vai mesmo acontecer. :)

Hoje foi dia de boas notícias, daquelas que há uns tempos nem podíamos adivinhar que iam chegar. E é bom, é sempre bom quando as coisas boas são inesperadas. Não que não sejam boas mesmo quando as esperamos, mas percebe-se a ideia. 
E acho que sim. Acho que hoje é um bom dia para decisões. Para arrumar a casa, para deitar fora os trapos e comprar roupa nova. Para deixar entrar o ar pela janela, para sentir o solinho a dar na fuça. Ou para fazer qualquer outra coisa que nos apeteça, nem que seja comer uma Bola de Berlim em plena dieta. Eu fi-lo, a Gorda tinha dito que eu podia e eu agora dou mais ouvidos ao que ela diz. Aliás, dou mais ouvidos a toda a gente. Ou melhor, dou mais ouvidos aos que sei que me querem bem. 

Sim, acho que é isso... e voltando ao Jorge, "talvez agora a coisa dê".